Se não conseguir visualizar esta mensagem, acesse este link
Folha de S.Paulo
Segunda-feira, 1º de abril de 2024
Uma leitura de 5 minutos para entender o golpe de 1964, a ditadura militar e seus efeitos no Brasil de ontem e hoje.
https://f.i.uol.com.br/fotografia/2020/06/17/15924287555eea88d32122a_1592428755_3x2_th.jpg
Tanques das Forças Armadas no comício do presidente João Goulart, na Central do Brasil, no Rio; o golpe militar viria dias depois - CPDOCJB/Folhapress
O golpe de 1964 repercute na sociedade brasileira até hoje. Nesta edição, explicamos como e por que é preciso lembrar a história do evento 60 anos depois. 

Para começar, o que foi o golpe? O movimento que derrubou o então presidente João Goulart e levou os militares ao poder. Sim, ele foi militar, mas teve apoio de políticos e de parte da sociedade civil. 

Conhecer os personagens da época ajuda a entender o que aconteceu. Por isso, texto na Folha lista 11 nomes relevantes do golpe. A articulação não se restringiu apenas a figuras brasileiras, como lembra o colunista Elio Gaspari.

Quatro dias definiram a tomada do poder pelos militares. Lembramos os dias e o que aconteceu em cada um deles: 
  • 30 de março: Jango discursa para suboficiais e sargentos das Forças Armadas na Cinelândia, reafirma a necessidade das reformas agrária, tributária e eleitoral.
     
  • 31 de março: Um levante militar contra o então presidente parte de Juiz de Fora rumo ao Rio. No fim do dia, o chefe do Exército em SP decide aderir ao golpe.
     
  • 1º de abril: As tropas do Rio se unem ao motim, e Lincoln Gordon, embaixador americano, anuncia a Washington que "a revolta democrática está 95% vitoriosa". Jango deixa Brasília.
     
  • 2 de abril: O presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, é empossado presidente e recebe "calorosos votos de felicidade" dos EUA. Jango pede asilo ao governo uruguaio.
Aqui, explicamos com mais detalhes os acontecimentos dos quatro dias, a conspiração entre políticos e militares e a participação dos Estados Unidos na tomada do poder. 
https://f.i.uol.com.br/fotografia/2024/03/25/17113826236601a05f41119_1711382623_3x2_th.jpg
Posse de Humberto de Alencar Castelo Branco (ao centro, acenando) na Presidência da República, no Palácio do Planalto, em Brasília - Folhapress
E a imprensa? A maioria dos jornais, entre eles a Folha, apoiou o golpe, depois criticando a ditadura e se penitenciando pelo apoio. O jornalista Oscar Pilagallo explica aqui o papel dos veículos de comunicação na queda de Goulart.

E o Judiciário? O STF (Supremo Tribunal Federal) deu aval ao golpe. O evento que depôs Goulart, por exemplo, teve participação de presidente da corte. A repórter Angela Pinho explica aqui como o verniz jurídico usado em 1964 inspirou a tentativa de golpe de Jair Bolsonaro.   
  • Em ambos os casos, conspiradores usaram estratégia comum, avaliam estudiosos do período: a tentativa de dar aparência de legalidade a uma quebra da ordem constitucional.
Resultado: milhares de opositores do regime militar foram presos, torturados e perseguidos.
  • Desde 1995, o governo brasileiro reconheceu oficialmente a responsabilidade do Estado em 356 casos de pessoas mortas ou desaparecidas durante o período;
     
  • Outros 113 casos não foram reconhecidos, por falta de informações seguras sobre as vítimas ou de evidências que permitissem responsabilizar o aparelho repressivo da ditadura pelas mortes. 
     
60 anos depois…
…a ditadura militar ainda repercute na política brasileira. Em março, o Painel, da Folha, revelou que o presidente Lula (PT) orientou seus ministros para que não realizassem eventos oficiais em memória do golpe. Perguntamos à repórter Danielle Brant sobre o pedido do petista e as reações a ele.   
https://f.i.uol.com.br/fotografia/2024/04/01/1711997495660b02371e6c5_1711997495_2x5_th.jpg
A atitude de Lula (PT) foi criticada por aliados. O ex-presidente do PT Rui Falcão disse a José Múcio Monteiro discordar do mandatário. "A gente não pode apagar a memória", afirmou. 

↳ O veto imposto pelo petista a eventos oficiais relativos aos 60 anos do golpe militar foi aprovado por 59% dos brasileiros; 33% dizem que ele agiu mal, segundo pesquisa Datafolha.
Quer se aprofundar no tema? Veja indicações abaixo.

Para..
 
…🎧 ouvir: episódio do podcast Café da Manhã discute como a ditadura no Brasil monitorou o ativismo negro.

…📚 ler: obra do escritor e pesquisador Pádua Fernandes detalha processo pioneiro contra coronel Ustra, comandante do DOI-Codi em SP nos anos 70. Para crianças: livros explicam o golpe de 1964 e diferenciam o que é democracia e ditadura.
 
… 🎥 assistir: filme "Terra Revolta" retrata a trajetória de João Pinheiro Neto, chefe da reforma agrária do governo Jango.
Siga a Folha
Twitter Linkedin Instagram RSS
Assine a Folha
Contato
Política de Privacidade
Para assinar as newsletters da Folha, clique aqui.
Empresa Folha da Manhã S.A - Grupo Folha
Al. Barão de Limeira, 425 - Campos Elíseos - São Paulo - SP
CEP 01202-001
Copyright Folha de S.Paulo | Todos os direitos reservados