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Segunda-feira, 24 de abril de 2023
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Mostro hoje a repercussão da fala do presidente Lula, que na semana passada mostrou desconhecimento sobre a indústria de games e afirmou, de forma totalmente equivocada, que a maioria dos jogos são violentos e ensinam “a molecada a matar”.
Quer falar com a Combo? Mande email para combo@grupofolha.com.br.
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Tiago Ribas
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Formado em jornalismo pela USP, é redator da edição impressa da Folha e, nas horas vagas, escreve sobre games. Está no jornal desde 2012
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O presidente Lula participa de cerimônia no Palácio do Planalto - Gabriela Biló - 20.abr.23/Folhapress
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Fala de Lula sobre games irrita indústria e dá munição para bolsonaristas
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irritou representantes da indústria brasileira de games e deu munição à oposição bolsonarista ao dizer na última terça-feira (18), em uma declaração equivocada e generalizante, que os jogos virtuais ensinam “a molecada a matar”.
"Não tem jogo, não tem game falando de amor, não tem game falando de educação. É game ensinando a molecada a matar. E cada vez muito mais morte do que na Segunda Guerra Mundial. É só pegar o jogo dessa molecada", disse o presidente durante encontro com representantes dos três Poderes sobre os recentes casos de violência em escolas.
A declaração não pegou bem. Em nota, a Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos) chamou a fala do presidente de irresponsável e disse que ela demonstra desconhecimento sobre o setor.
“Imputar aos games a responsabilidade por atos violentos é se apoiar em um pretexto equivocado e leviano para justificar falhas que envolvem segurança pública, educação, economia, saúde e outras tantas atribuições do Estado”, diz o texto.
“Os jogos falam de amor e de educação, assim como falam de cultura, inclusão social, de diversidade, de superação, de respeito, de esporte e de tantos outros temas extremamente importantes e que nem sempre têm o protagonismo que deveriam ter na sociedade.”
Membros do comitê Lula Play, que entregou uma cartilha com propostas para o setor de games no Brasil para Lula durante as eleições do ano passado, também condenaram a declaração do presidente da República sobre jogos virtuais.
Érika Caramello, CEO da Dyxel Gaming e participante do projeto, classificou a frase como desastrosa em entrevista no programa Game On Pop, do portal Terra. "Não é porque você jogou Mario que você virou encanador. Tem um ou outro caso que até pode ter acontecido, mas não se generaliza isso”, afirmou. "Eles vieram atrás [do grupo] para entender essa área. Neste momento, mais do que nunca, a gente vê que eles precisam dessa assessoria."
Até mesmo Luis Claudio Lula da Silva, filho do presidente, discordou da declaração do pai. “Meu pai viu os filhos e os netos crescerem jogando videogame, ele sabe que isso não nos tornou violentos, ele fez uma declaração sobre um assunto polêmico ao vivo e acabou generalizando. Vídeo game é muito mais que violência, é arte, é lazer, é entretenimento”, afirmou no Twitter.
A oposição bolsonarista, que costuma usar assuntos relacionados a games para se aproximar do público jovem, aproveitou para surfar na repercussão negativa. Os filhos do ex-presidente, Carlos e Flávio Bolsonaro, fizeram publicações nas redes sociais criticando e ridicularizando a declaração de Lula.
“Depois de ter culpado Jair Bolsonaro pelo aumento de violência, mesmo ela tendo sido diminuída historicamente em seu Governo, agora Lula culpa Ken Masters e Ryu [dois personagens do game ‘Street Fighter’]”, afirmou Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador do Rio de Janeiro.
“Na campanha, [Lula] prometeu fortalecer o setor. E agora demonstra total desinteresse e ignorância a respeito do tema. Mais uma promessa de campanha que não passou de falácia”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
A declaração de Lula ecoa o discurso de outros mandatários de esquerda. No México, o presidente Andrés Manuel López Obrador é conhecido por criticar os games, vistos por ele como violentos e responsáveis por “sequestrar” a juventude do país.
Já a China vem tomando medidas drásticas contra o consumo de videogames nos últimos anos. O governo do país atualmente proíbe menores de idade de jogar games por mais de três horas por semana e classifica os jogos virtuais como “ópio espiritual” da juventude.
Esse pensamento, no entanto, não é restrito à esquerda. O deputado federal bolsonarista Zé Trovão (PL-SC), por exemplo, enviou ao Ministério da Justiça no último dia 10 um pedido de “suspensão temporária dos jogos eletrônicos que incitem ou estimulem comportamentos violentos pelo prazo de 30 dias” devido ao ataque à uma escola infantil em Blumenau (SC).
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play
dica de game, novo ou antigo, para você testar
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I Did Not Buy This Ticket
(PC)
O jogo brasileiro “I Did Not Buy This Ticket” está aí para provar que nem todo game é violento. Mesmo sendo um romance visual de suspense/terror psicológico, ele foge dos padrões do gênero e, ao invés de assassinatos, sangue e corpos desmembrados, o título aposta em montagens e desenhos com uma pegada bem mais artística e surrealista, mas, ainda assim, sombria. Boa combinação para a história do roteirista Tiago Rech (de “Dodgeball Academia” e “No Place for Bravery”, entre outros) sobre uma carpideira que, entre um velório e outro, embarca em uma viagem fantasmagórica que a levará a revisitar seus próprios traumas.
*Uma cópia do jogo foi cedida para teste.
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Imagem do jogo 'I Did Not Buy This Ticket' - Divulgação
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update
novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa
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🇧🇷 A Epic Games, desenvolvedora de “Fortnite” e da Unreal Engine, anunciou na quarta-feira (19) a compra do estúdio de games porto-alegrense Aquiris, de “Horizon Chase” e “Wonderbox”. Com a aquisição, o estúdio passará a se chamar Epic Games Brasil. O valor do negócio não foi revelado.
🤔 Na nota em que anunciou a aquisição, a Epic diz que o estúdio brasileiro irá “criar conteúdo inovador e experiências sociais dentro do Fortnite”, o que levantou dúvidas sobre se o estúdio deixará de criar novos games.
🤑 A Sony anunciou a aquisição do Firewalk Studios, que está desenvolvendo um jogo como serviço multiplayer para o PlayStation 5 e PCs. É o terceiro estúdio com foco em games multiplayer "live service" que a Sony adquire em um ano e meio. O valor do negócio não foi revelado.
👾 A Atari anunciou a compra de mais de 100 franquias de games dos anos 1980 e 1990 que estavam inativas, incluindo as séries “Bubsy”, “Hardball” e “Demolition Racer”. O pacote é composto por títulos das desenvolvedoras Accolade, Infogrames e Microprose.
😈 A Blizzard anunciou um novo período de teste aberto do game “Diablo 4”. Os jogadores poderão experimentar o game gratuitamente e colocar os servidores da empresa a prova das 16h do dia 12 às 16h do dia 14 de maio. O jogo estará disponível para PC e consoles PlayStation e Xbox.
🔵 A Sega e a Lego revelaram uma parceria para fazer conjuntos do brinquedo de montar com os personagens da franquia “Sonic”. Serão lançados quatro conjuntos temáticos, incluindo um baseado na Green Hill Zone em que será possível lançar Sonic em um loop.
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🗓download
games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena
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25.abr
"Afterimage": preço não disponível (PC, Switch, PS 4/5, Xbox One/X/S)
“Strayed Lights”: R$ 92,45 (Xbox One/X/S), preço não disponível (PC, Switch, PS 4/5)
26.abr
“Desta: The Memories Between”: preço não disponível (PC, Switch)
27.abr
“Bramble: The Mountain King”: R$ 78,66 (Switch), R$ 101,20 (Xbox One/X/S), preço não disponível (PC, PS 4/5)
“Lego Bricktales”: preço não disponível (iOS, Android)
“Live A Live”: R$ 175,92 (PC), R$ 264,90 (PS 4/5)
“Omega Strikers”: grátis (Switch)
“The Last Case of Benedict Fox”: preço não disponível* (PC, Xbox One/X/S)
28.abr
“Star Wars Jedi: Survivor”: R$ 299 (PC), R$ 339 (PS 5, Xbox X/S)
*Disponível no Xbox Game Pass
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leituras da semana
o que saiu sobre games na Folha
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