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Folha de S.Paulo
Terça-feira, 1º de novembro de 2022
folhajus+
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Nesta edição, destaco as chances do presidente Jair Bolsonaro ficar inelegível por uso da máquina pública e fake news durante a campanha. 
 
Leia também:
  • Como deve funcionar o governo de transição;
  • STF determina liberação de rodovias ocupadas por bolsonaristas.
Boa leitura!
Géssica Brandino
Géssica Brandino
Repórter na editoria de Política, com passagens na Folha desde 2017. Edita as newsletters do projeto FolhaJus
reportagens da semana
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Ações no TSE podem deixar Bolsonaro inelegível
Fora do mandato, o presidente Bolsonaro deve responder a investigações por uso da máquina pública na campanha e pela rede de fake news ligada a seus aliados. As ações junto ao TSE podem levar à perda dos direitos políticos e deixá-lo inelegível. ​
  • Expectativa: a jurisprudência da corte eleitoral mostra que apurações do gênero são complexas e demoradas, chegando geralmente a desfechos anos depois de iniciadas. 

    O ritmo das ações é ditado pelo corregedor e o presidente do TSE, postos hoje ocupados pelos ministros Benedito Gonçalves e Alexandre de Moraes.
     
  • Condutas investigadas: Bolsonaro responde a uma ação por desvio de finalidade das comemorações do 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios.

    O corregedor do TSE também abriu apuração da ação apresentada pela Coligação de Lula sobre uma suposta rede de fake news pró-Bolsonaro.

    O presidente pode ainda responder a uma nova ação do PT por abuso de poder político pelas operações realizadas pela Polícia Rodoviária Federal neste domingo.

    Adversários acusaram Bolsonaro de ferir a legislação ao autorizar o ingresso de 500 mil famílias no Auxílio Brasil antes do segundo turno, além da antecipação de parcelas do benefício, na reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada e na viagem à Inglaterra por ocasião da morte da Rainha Elizabeth II
     
  • Aije: a Ação de Investigação Judicial Eleitoral questiona os atos que desequilibraram a disputa eleitoral. Nela são avaliados atos de abuso de poder econômico, político, de autoridade, além do uso indevido de meios de comunicação.

    Em casos mais graves, a Aije tem o poder de cassar o registro da chapa ou o diploma dos eleitos e também de tornar os alvos inelegíveis por oito anos.
     
  • Prazo: a Aije pode ser protocolada até a data da diplomação, prevista para até 19 de dezembro, por partidos políticos, coligações, federações partidárias, candidatas e candidatos e pelo Ministério Público Eleitoral, comandado atualmente por Augusto Aras.
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Como deve funcionar o governo de transição de Bolsonaro para Lula
Nos próximos dias, o governo Jair Bolsonaro deve iniciar a transição para a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1º de janeiro de 2023. O processo é regulamentado pela lei 10.609, de 2002, e pelo decreto 7.221, de 2010
  • Finalidade: é na transição que a equipe do presidente eleito obtém informações detalhadas sobre a situação das contas públicas, dos programas e projetos do governo federal, bem como do funcionamento dos órgãos.
     
  • Passo a passo: o primeiro passo formal deve ser dado pela campanha vitoriosa. Como presidente eleito, Lula deve solicitar o início do processo de transição e indicar um coordenador, por meio de ofício endereçado ao atual presidente da República.

    Bolsonaro e seu ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, precisarão então editar um decreto nomeando o coordenador da transição —que ganha o título de ministro extraordinário.

    Ao todo, a equipe de transição pode ter até 50 integrantes. Os nomes podem ser de servidores públicos ou pessoas de fora do governo.

    Um gabinete provisório é instalado, inclusive com a disponibilização de um espaço físico específico em Brasília para que a equipe do presidente eleito possa trabalhar.
     
  • Plano B: há temor no PT de que o governo Bolsonaro dificulte a transição, mas a equipe jurídica já prepara meios de garantir o compartilhamento de dados, caso exista algum contratempo.

    As medidas estudadas são recorrer à Justiça ou buscar intermediação com o Congresso, para que parlamentares peçam esclarecimentos à gestão Bolsonaro.
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TSE é elogiado por observadores internacionais
O sistema eletrônico de votação e o trabalho do TSE foram elogiados por missões de observação internacional e autoridades estrangeiras que acompanharam as eleições no Brasil.
  • Alertas: durante o segundo turno das eleições, observadores brasileiros e internacionais demonstraram preocupação com as denúncias de possível intimidação de eleitores em operações da Polícia Federal.
     
  • Sem prejuízo: o ministro Alexandro de Moraes afirmou que as blitze causaram atraso, mas não impediram nenhum eleitor de votar.  Ao menos 514 ações de fiscalização contra ônibus foram realizadas no dia.
     
  • Fake news: o presidente do TSE defendeu que o Congresso e a Justiça voltem a debater meios mais eficazes para combater fake news nas redes sociais. O uso de desinformação levou a corte eleitoral a endurecer regras para a remoção de conteúdo a dez dias do pleito.
destaques
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Blog antecipou os riscos do militarismo no Judiciário
Site completa 15 anos quando a democracia prevalece nas urnas
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comentário do fred
Frederico Vasconcelos
Frederico Vasconcelos
Fraudes sem freios
Para avaliar se as auditorias nas prefeituras influenciam os votos, em 2004 pedi à Controladoria Geral da União uma lista dos prefeitos mais suspeitos de corrupção candidatos à reeleição. 

Selecionamos 40 fiscalizados. Metade foi reeleita.

Antonio Calmon, de São Francisco do Conde (BA), superfaturou contratos em até 2.108%. Obteve 99,53% dos votos válidos. Usava um apartamento de empreiteira. Pagou R$ 2,2 milhões na locação de 108 automóveis, alguns para a família. Foi afastado e a Justiça devolveu-lhe o cargo.

Em 2011, o Tribunal de Contas dos Municípios determinou a restituição de R$ 8,6 milhões. Em 2012, o TRF-1 suspendeu decisão do TCU, que rejeitara as contas, e retirou o seu nome dos inelegíveis.

Em 2020, Calmon concorreu ao terceiro mandato pelo partido Progressistas. O DEM tentou impugnar a candidatura. Alegou sete ações por improbidade; dívida de R$ 33,7 milhões e perda dos direitos políticos. A Justiça expediu certidão de "nada consta". Foi eleito com 17 mil votos.

Calmon apoiou ACM Neto e Bolsonaro. Em 2004, estava na coligação "O progresso não pode parar".

O dele não parou.
em debate
Rafael Mafei
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Marcus André Melo
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dicas da semana
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Maís Moreno
Advogada e mestre em direito do Estado. É sócia e conselheira do escritório Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques, Sociedade de Advogados. Responsável técnica da Harvard Kennedy School Women's Network no Brasil
calendário
Webinar: "Recuperando Imposto de Renda na Pensão Alimentícia"
OAB-SP - Acesse aqui
1/11 às 17h
Webinar: "O Direito do Trabalho no Brasil e nos Estados Unidos"
IDP - Acesse aqui
3/11 às 9h
Evento presencial: "Alienação Parental e Violência Patrimonial"
OAB-RJ - Acesse aqui
3/11 às 10h no plenário Carlos Maurício (Avenida Marechal Câmara, 150 - 4º andar)
Evento presencial: "V Seminário do Projeto Regulação em Números: Política Regulatória Brasileira em Foco"
FGV Direito RJ - Acesse aqui
3/11 às 8h30 na Praia de Botafogo, 190 (Botafogo, Rio de Janeiro/RJ )
Webinar: "Crimes Cibernéticos com Criptoativos: Desafios e Perspectivas Regulatórias"
OAB-SP -  Acesse aqui
7/11 às 19h
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