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Folha de S.Paulo
Quarta-feira, 12 de junho de 2019
LÁ FORA
Oi!

Bem-vindos à newsletter Lá fora. Toda semana, vou descomplicar as notícias internacionais para você. Farei resumos do que aconteceu de mais importante e reunirei análises e sugestões de textos longos, para ler com calma, além de um panorama da semana seguinte.

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Obrigada a Gabriel Faria, Elane Patrícia, Bárbara Maués, Carol Nicoline e Fernanda Gomes por sugerir, pelas redes sociais, o nome deste boletim. Não foi fácil decidir.

Eu adoraria receber comentários de Sua Excelência, o leitor. Meu email é diana.lott@grupofolha.com.br.

Até quarta que vem!
Diana Lott
Diana Lott
Trump, México e uma folha de papel
Um acordo para resolver a imigração ilegal cabe numa única página? Pois, nesta terça-feira (11), durante uma entrevista coletiva, Donald Trump tirou do bolso de seu paletó uma folha dobrada em três partes e disse: “Aqui está o acordo com o México que todo mundo está falando que eu não fechei”.

Repórteres deram zoom nas fotos do documento para tentar descobrir as cláusulas secretas do “acordo muito longo e muito bom” de Trump.
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Governo Trump
Trump exibe o que diz ser prova de acordo secreto 'muito longo e muito bom' com o México
Texto incluiria um plano regional de asilo e o compromisso mexicano de modificar leis internas
Mas… O que deu para ver já tinha sido divulgado: envio de tropas para a fronteira com a Guatemala e ampliação do programa que permite a solicitantes de asilo aos EUA aguardar no México o desfecho de seus casos.
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Trump desiste de tarifas após México concordar com medidas contra migração
Presidente americano afirmou que os dois países chegaram a um acordo
O presidente americano celebrou o desfecho da negociação como uma grande vitória. Nos bastidores, porém, não foi bem assim. As condições já tinham sido acordadas meses antes, e Trump parece exagerar ao vender o episódio como uma grande conquista. Ele já fez isso outras vezes.
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The New York Times
México cedeu sobre a fronteira muito antes do acordo fechado por Trump
Ampliação de permanência de candidatos a asilo no México foi acertada em dezembro
Mas, afinal, por que isso importa? Explico.

Essa história começou no longínquo 2016, quando Trump era um candidato com forte discurso anti-imigração ilegal. Sua proposta? Um muro na fronteira com o México.

Democratas, imprensa e até parte de seu eleitorado foram rápidos em dizer que isso custaria milhões de dólares dos contribuintes. Quem pagará essa conta?

Segundo Trump, o México. O então presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, mandou avisar que não ia não. Vicente Fox, que presidiu o país de 2000 a 2006, foi, digamos, mais enfático: “O México não vai pagar pela porra desse muro”.

Já presidente, Trump tentou empurrar para o orçamento do país a modesta soma de US$ 5,7 bilhões para o combate à imigração ilegal —incluindo os recursos para botar o muro de pé. Mas os democratas mandaram avisar que não iam aceitar não.
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Governo Trump
Em vitória democrata, Trump assina lei e encerra paralisação histórica nos EUA
Com isso, governo poderá reabrir; proposta não inclui verba para muro na fronteira com o México
Foi então que Trump resolveu jogar a bola para frente e ameaçou impor tarifas aos produtos mexicanos se o vizinho não endurecesse o combate ao fluxo de migrantes que sai da América Central em direção aos EUA.

(Trump gosta da ideia de impor tarifas —ou pelo menos da ameaça. Afinal, a tática funcionou com os chineses, que estão há meses na mesa de negociação…)
Enquanto isso, do lado sul da fronteira, o atual mandatário mexicano, Andrés Manuel López Obrador, também deu ares de vitória ao acordo fechado com os EUA.

(Ele é conhecido, dentro e fora do México, pelo sigla Amlo, para facilitar a vida de todo mundo.)

Em um discurso entusiasmado em Tijuana, na fronteira, porém, Amlo não falou sobre como fica a principal demanda dos EUA nas negociações.

Washington quer que os migrantes sejam obrigados a pedir asilo no primeiro país que entrarem.

Por exemplo: um guatemalteco que passa pelo México em direção aos EUA teria que pedir asilo às autoridades mexicanas. Se pulasse essa etapa e fosse apresentar de cara o pedido aos americanos, poderia ser deportado de volta para o México.
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Acordo com Trump vira desafio para a popularidade de presidente do México
AMLO adota tom vitorioso, mas não explica como lidará com aumento da imigração
Os mexicanos sempre foram firmes em rejeitar essa proposta. Mas, depois do acordo, mudaram o tom. Falaram que, quem sabe, pode rolar —desde que haja um arranjo com outros países da região.
Do lado de cá
A visita de Bolsonaro à Argentina parece ter rendido frutos além da repercussão negativa mas bem humorada sobre a criação de uma moeda única, o “peso real”.
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Governo Bolsonaro
Moeda única com Argentina é trava a aventuras socialistas no continente, diz Bolsonaro
Segundo a imprensa argentina, a moeda se chamaria peso real
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Vinicius Torres Freire Bolsonaro acha que peso real é uma nota com as caras de Pelé e Maradona
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#Hashtag Peso real já vale muitos memes
O presidente da Colômbia, Iván Duque, se encontrou em Buenos Aires com seu par, Mauricio Macri, e fez coro ao brasileiro ao apoiar a reeleição do atual presidente argentino.
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Após Bolsonaro, presidente da Colômbia também apoia reeleição de Macri
Em encontro em Buenos Aires, Iván Duque afirma que vitória do argentino será 'fundamental para a América Latina'
Um coro mais discreto, é verdade, já que o nosso presidente já chegou a afirmar que a Argentina ia virar Venezuela se Cristina Kirchner voltasse ao poder.
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Bolsonaro apela a argentinos para que não votem em Cristina Kirchner
Presidente diz que a ex-mandatária pode transformar país em uma Venezuela
 
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'Pelo semblante, percebi que Bush se preocupa com Argentina', diz Bolsonaro
Presidente brasileiro volta a falar contra possível reeleição de Cristina Kirchner
Não dá para não pensar na época esquerdista da América Latina, em que muitos presidentes da região tinham afinidade ideológica.

Quem lembra do combo PT, Kirchners, Evo Morales, Hugo Chávez, Rafael Correa, Michelle Bachelet e José Mujica? Talvez estamos chegando a algo mais ou menos nessa linha —Bolsonaro, Macri, Duque, Mario Abdo Benítez, Sebastián Piñera, Martín Vizcarra e Lenín Moreno— só que do outro lado do espectro político.

O vice brasileiro, Hamilton Mourão, que vez ou outra dá sinais de não concordar muito com a política internacional do governo do qual faz parte, criticou Macri na véspera da visita.

E preferiu não correr o risco de criar uma climão lá na frente, caso Cristina Kirchner seja eleita vice.
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Mourão critica Macri um dia antes de visita de Bolsonaro à Argentina
Vice-presidente disse que mandatário argentino 'perdeu o passo' para realizar reformas
 
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Cristina Kirchner surpreende e anuncia candidatura à vice
Ex-presidente surfa em projeções contra Mauricio Macri e impulsiona nova onda kirchnerista
Imagem da semana
Hong Kong saiu às ruas em massa nos últimos dias para protestar contra um projeto de lei de extradição que permitiria que suspeitos fossem enviados à China continental para serem julgados.

Daniel Avelar, do blog Mundialíssimo, explicou porque a proposta recebe tantas críticas —e porque a China pressiona para que seja aprovada.
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Após protestos, Hong Kong adia debate sobre lei de extradição
Proposta permitiria envio de suspeitos à China continental para serem julgados
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Mundialíssimo Entenda os protestos contra nova lei de extradição em Hong Kong
Para ficar de olho
Na terça que vem (18), Donald Trump vai anunciar oficialmente sua candidatura à reeleição.

Por enquanto, o único que topou disputar as primárias do Partido Republicano contra o incumbente é o ex-governador de Massachusetts William Weld.

Do lado democrata, a disputa embola. Já são 23 interessados no cargo, mais Bernie Sanders, que é independente mas concorre nas primárias do partido.

Entre eles, vale conhecer o Mayor Pete —e seu marido.
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Cristão e gay, 'Mayor Pete' ganha força em prévias democratas
Prefeito de pequena cidade nos EUA chama a atenção ao abordar religião e se diferenciar do discurso habitual da esquerda
 
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Marido aquece campanha de Pete Buttigieg à Presidência dos EUA
Chasten registra nas redes sociais cotidiano com pré-candidato democrata gay e o acompanha em atos
Para ler com calma
Kim Jong-un, o ditador da Coreia do Norte, é facilmente um dos líderes mais bizarros e interessantes do mundo de hoje.

Uma nova biografia do “líder supremo” conta detalhes da infância dele, como o carro (de verdade) que ele ganhou aos 7 anos de idade e o revólver Colt.45 que usava no quadril aos 11.

Prepare-se: é uma mistura de Riquinho (aquele filme lá de 1994 que animava as sessões da tarde) com.... ditadura.
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The Washington Post
Na infância, ditador da Coreia do Norte ganhou carro de verdade e arma, revela biografia
Aos 7, Kim Jong-un tinha veículo que seu pai mandou modificar para que pudesse dirigir
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